Nos idos do início da década de 1970 havia uma revista semanal, chamada “REALIDADE”, nos moldes da atual “Super Interessante” com curiosidades e fatos (reais ou não) pseudocientíficos.
Uma das seções da revista que eu mais gostava era a da “foto realidade”, geralmente na última página, na qual eram mostrados momentos únicos, alguns divertidos, outros nem tanto. Frequentemente, de pessoas em situações vexatórias: quedas, acidentes e situações assim. Nunca soube se eram fotos de cenas captadas sem o conhecimento do fotografado ou deliberadamente montadas.
Quase quarenta anos depois, cursando Fotografia aprendi que, embora o fotojornalismo tenha o condão de mostrar a realidade, há uma faceta ética, sob a qual não devemos expor ninguém ao ridículo.
Ao optar por fotografar cavalos e competições equestres, participei de vários workshops (nome glamoroso para “cursos práticos”) e todos os palestrantes afirmam unanimemente: O ERRO NÃO SE MOSTRA – Isso mesmo, em letras garrafais – porque pode melindrar a pessoa fotografada, atingir sua honra ou reputação.
Em mais de dez anos de estrada na fotografia, já fotografei situações constrangedoras como quedas ou situações engraçadas, afinal sou também fotojornalista. Registro o momento mas não as publico, seja no meu site ou redes sociais, por respeito às pessoas retratadas.
Já fui abordado, muitas vezes por competidores que sofreram quedas, com a pergunta: "Você fotografou meu tombo?" Quando confirmo, frequentemente a frase seguinte é: "Ah, eu quero!! Manda pra mim?" Nesse caso, costumo enviar à pessoa envolvida - E SOMENTE A ELA.
Como todas as situações na vida tem sempre dois lados, o que para alguém flagrado em tais situações pode ser vexatório, para outros pode ser divertido. Já houve pessoas que, depois de ver, me pediram para apagar as imagens. Apaguei, já que para mim não teriam utilidade. Outras decidiram publicá-las em suas redes sociais e tudo bem também.
E você? Como reage sendo fotografado ou fotografando situações assim?